Ministro diz que orçamento e condições do Piranhas-Açu são desafios para RN receber águas do São Francisco

30/10/2017   15h23


O ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, disse nesta segunda-feira, 30, durante o 32º Seminário Motores do Desenvolvimento, realizado na Casa da Indústria, que a questão orçamentária e as condições do rio Piranhas-Açu são os maiores desafio em relação às obras de transposição do Rio São Francisco no Rio Grande do Norte.

 

“Vamos ter um trabalho hercúleo que envolve a ANA, estados da Paraíba e RN sobre as condições do Piranhas-Açu para receber as águas da transposição, em relação a chegada das águas até o Armando Ribeiro, por causa de distância e assoreamento”, explicou o ministro.

 

 

Em 2017, o planejamento será cumprido, segundo o ministro, do projeto executivo, em que 370 mil pessoas em 44 municípios serão beneficiados. “Temos a sinalização por parte da comissão de desenvolvimento regional de uma emenda de 400 milhões para 2018, se for viabilizado será um ano efetivo de início das obras do ramal do Apodi. A partir do segundo semestre essas obras seriam iniciadas”, disse.

 

 

Presidente da FIERN participa de reunião sobre a crise hídrica 

 

Antes de fazer sua palestra no Motores, o ministro da Integração Regional, Helder Barbalho, participou de uma reunião no Gabinete do Presidente do Sistema FIERN, que contou com presença de Amaro Sales, do diretor da FIERN, Francisco Soares, dos senadores Garibaldi Alves e Fátima Bezerra, do procurador-geral de Justiça, Eudo Leite e do secretário de Recursos Hídricos Ivan Lopes Júnior. Na ocasião, se abordou a crise hídrica no Rio Grande do Norte e Fátima Bezerra entregou ao ministro cópia da Emenda/OGU/18 destinada ao Ramal/Apodi (400milhões) aprovada na CDR/Senado.

 

Amaro Sales disse que os mais de cinco anos de seca no Estado representam um transtorno para a população, para as empresas e para o futuro. “Não existe desenvolvimento industrial sem água”, disse o presidente da FIERN, que destacou a importância do tema abordado pelo seminário Motores do Desenvolvimento do Rio Grande do Norte. “É importante que o debate sobre a crise hídrica continue após esse evento, que ocorra uma cobrança e que se crie uma agenda positiva para que todos possam acompanhar”.

 

O presidente do Sistema FIERN, Amaro Sales de Araújo, o vice-presidente Pedro Terceiro de Melo, os Diretores Francisco Soares e Silvio Torquato os presidentes dos Sindicatos filiados João Lima, do Sindicato de Fiação e Tecelagem, e Marcelo Rosado, do Sindicato de Extração de Calcário, participaram do Motores do Desenvolvimento.

 

 

João Lima faz palestra sobre reuso de água na Coteminas

 

O Diretor da FIERN e presidente do Sindicato de Fiação e Tecelagem, João Lima, que é também diretor da Coteminas, fez palestra sobre o reuso de água para a área industrial. Atualmente, a Coteminas consegue reutilizar 50% da água consumida para o tratamento de tecidos em sua unidade do Rio Grande do Norte, modelo que começou a ser desenvolvido em 2012 e agora já está sendo levado para as outras unidades da empresa em todo Brasil.

 

“Hoje, dez anos depois do início do processo, os resultados já podem ser vistos na prática, em números: dez anos atrás, a empresa gastava 160 litros de água para processar 1kg de tecido. Em 2012, o valor foi reduzido para 100 litros a cada quilo e, atualmente, o volume de água gasto está na casa dos 60 litros por quilo de tecido, o que representa não apenas uma redução no consumo de água, mas também uma economia para a empresa.

 

 

Diretor do Igarn apresenta plano emergencial

 

Fundamental para enfrentar a seca que há seis anos assola todo o Nordeste, um plano emergencial de segurança hídrica para o Estado foi apresentado pelo presidente do Instituto de Gestão das Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), Josivan Cardoso.

 

O plano emergencial de segurança hídrica do RN foi elaborado em 2015. Alguns pontos foram apontados como Josivan como fundamentais para esse processo de elaboração: o monitoramento das águas, sua fiscalização e regulação, planejamento de infraestrutura necessária para manter e distribuir essa água, manutenção e operação de campo dos reservatórios e, por fim, regras de operação e restrição em eventos críticos, como é o caso do que está ocorrendo atualmente no Estado.

 

 

Na abertura do seminário Motores do Desenvolvimento, que discute os impactos da crise hídrica, realizado nesta segunda-feira, 30, na Casa da Indústria, o procurador-geral de Justiça do Rio Grande do Norte,  Eudo Leite disse que é necessário responsabilizar os que não utilizarem os recursos hídricos de maneira adequada.