Oportunidades e convergência proativa em torno do desenvolvimento do Nordeste. É desta forma que o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), Ricardo Alban, avalia a finalidade do “Roadshow Investimento e desenvolvimento do Nordeste”, realizado na sede da FIEB, em Salvador (BA), nesta sexta-feira, 17 de novembro. O encontro permite a aproximação de instituições financeiras e de apoio às exportações junto ao empresariado apresentando as linhas e como acessar crédito e incentivos fiscais.

 

Salvador é a oitava capital nordestina a receber a série de roadshows, promovida pela Associação Nordeste Forte em parceria com a Sudene, CNI, Apex, BNB e BNDES. O encontro reuniu empresários baianos de diversos setores, além de representantes das entidades parceiras, autoridades políticas e gestores públicos.

 

 

O presidente da FIEB destaca a importância de parcerias entre entidades financeiras e de fomento junto às Federações e aos empresários, para facilitar o acesso a informação e a recursos que podem estimular a economia em um momento de recuperação.

 

“O Nordeste precisa dessa convergência proativa de interesses em torno do desenvolvimento econômico, social. Muitas oportunidades são perdidas por desconhecimento das ferramentas disponíveis e necessárias para que o empresário possa alavancar a atividade e com ela a economia”, enfatiza Ricardo Alban. “E a Federação cumpre seu papel de levar este conhecimento para mitigar os efeitos desta crise, em um momento de recuperação da economia”, acrescenta.

 

O superintendente da Sudene, Marcelo Neves, fez um histórico da atuação da Sudene e destacou o novo papel da autarquia. Ele apresentou o Fundo Nacional de Desenvolvimento do Nordeste, carteira de mais R$ 10 bilhões com cerca de R$ 1 bilhão ao ano, em 35 projetos. O Fundo é voltado ao investimento em infraestrutura e serviços públicos e em empreendimentos produtivos que estimulam novos negócios. Segundo Neves, há a expectativa de redução das taxas, revisão do marco regulatório.

 

 

A Sudene oferece incentivos fiscais federais (isenção de imposto de renda das empresas em projetos de inclusão digital, redução de 75% do IRPJ, reinvestimento de 35% do IRPJ e a depreciação acelerada) que podem, sobretudo em momentos de crise, alavancar a produção com a redução dos encargos que podem representar lucro e reinvestimento. Entre 2012 e 2017, foram R$ 129 bilhões em investimentos associados por meio dos incentivos fiscais.

 

“Nós estamos na etapa final é de colocar em prática as propostas advindas destes roadshows, esta é a oitava capital, e que vamos apresentar para o Ministério e para a CNI em relatório. Trabalhar e fomentar o desenvolvimento da região”, destaca Neves.

 

A retomada da economia, frisa o superintendente do Banco do Nordeste na Bahia, Antônio Jorge Guimarães, passa pelo crédito. “Reafirmamos o compromisso com o setor produtivo em planejar e financiar projetos para a renovação do parque industrial, crescimento da produção, com foco no desenvolvimento econômico”, afirma.

 

Guimarães mostrou dados da produção industrial do País, Nordeste e estado da Bahia, bem como da atuação e tomada de crédito pelo BNB. O banco opera o Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) com orçamento de R$ 4,5 bilhões para o estado, em linhas específicas para o setor industrial, de energia solar, inovação e capital de giro. “Devemos bater o recorde de aplicação no estado, estamos empenhados em promover uma transformação para sair dessa depressão econômica que o país atravessa. Este é um setor muito importante para a economia, não podemos prescindir do setor industrial”, disse.

 

 

O representante do BNDES, Carlos Leite, demonstrou as linhas de crédito voltadas para empregados, bem como condições e mudança na classificação das empresas que podem ser beneficiadas. E serviços como o cartão BNDES, que garante a maior agilidade ao permitir compras sem necessidade de autorização do gerente do banco, e demais linhas.

 

As exportações podem tornar a empresa mais competitiva. O apoio às empresas com potencial e interesse no mercado externo foi apresentado por Sérgio Ferreira, da Apex Brasil. A agência atua com programas como o Peiex, além de atração de investimentos.

 

Em 2016, as exportações de empresas apoiadas pela agência representam 23% do total das exportações brasileiras, com US$ 45,5 bilhões do total de US$ 185,2 bilhões.

 

 

Autoridades políticas destacam potencial e oportunidades do setor industrial

 

Dados da secretaria de desenvolvimento econômico da Bahia mostram que os investimentos nos últimos 10 anos, no estado da Bahia, somam R$ 24,7 bilhões e geram 142 mil empregos. Do montante, 57% foi aplicado em cidades do interior.

 

O vice-governador da Bahia, João Leão, destacou o potencial da indústria baiana, sobretudo a sucroalcooleira que, segundo ele, “precisa ser melhor reaproveitada”, além da indústria de energias solar e eólica. A Bahia, frisa ele, é o segundo estado em investimentos no Brasil, com R$ 1,8 bilhões, atrás somente de São Paulo. “Investimentos significam em geração de empregos, rendas, oportunidades, dinheiro circulando na economia. Estamos investindo em patamar próximo a São Paulo, mas é preciso acabar com a desigualdade social e educacional para que o Nordeste possa se destacar de forma mais forte”, afirma João Leão.

 

Othon Alencar Filho, diretor da Agência de Fomento da Bahia – DesenBahia, também destacou os investimentos que estão sendo feitos em infraestrutura no interior do Estado, com R$ 240 milhões este ano. “São investimentos em infraestrutura para as prefeituras que beneficiam estas cidades, democratizando e interiorizando o crédito”, afirmou. A DesenBahia opera financiando empreendimentos com investimentos produtivos, administração de fundos de desenvolvimento e concessão de consultoria para estruturação de projetos. A agência tem acesso a recursos dos BNDES, BNB, Sudene, entre outros fundos e linhas de crédito, para financiar os projetos.

 

O deputado estadual Sandro Régis, coordenador da Frente Parlamentar da Indústria e Comércio, parabenizou a iniciativa do roadshow. “Nossa Frente está sempre ao lado de quem gera emprego e renda, defendendo a bandeira do desenvolvimento”, disse.

 

Andrea Lanza, diretora de operação de investimentos da Secretaria estadual de Desenvolvimento, fez um resumo sobre a situação das principais atividades econômicas do estado, com projetos e investimentos na indústria de energias renováveis, automobilística, calçados e couros, alimentos e bebidas, entre outros setores. Bem como sobre a política de incentivos e de suporte governamental